26 de jul
por *Daniela Lucchese
No mundo corporativo há quem duvide que a Diversidade e a Inclusão (D&I) possam trazer vantagem competitiva ante os desafios atuais. Não é difícil compreender que, após anos de modelos de gestão corporativa atrelados a comando, controle, previsões e realizações do estritamente projetado, as organizações tenham dúvidas sobre como encontrar novos caminhos.
Neste cenário desafiador, os líderes das empresas são confrontados todos os dias com situações novas, dificuldades e também oportunidades, em velocidade jamais experimentada. Na correnteza de mudanças multissetoriais e multidisciplinares tão diversificadas quanto irreversíveis nos deparamos com a disrupção tecnológica, a digitalização e as mudanças climáticas, e mais, uma pandemia. Nesse contexto o valor e a necessidade do aumento de D&I nas empresas emerge com caráter de urgência, tornando-se mais um desafio a ser vencido em favor da perenidade.
A boa notícia é que a ordem mundial, forjada em novas bases econômico-financeiras e sociais e nos debates da agenda Environmental, Social and Governance (ESG), traz a D&I como fonte inesgotável de inovação para as organizações que querem sobreviver com bons resultados financeiros e sociais. Impelidas à mudança de modelos mais ortodoxos de gestão de pessoas que deram certo por gerações, as empresas brasileiras acenam positivamente para a descoberta de um novo ambiente corporativo, mais inclusivo e diverso o bastante para alavancar um futuro.
A inspiração para modelos de gestão mais focados em pessoas e sua capacidade criativa do que apenas em metas vem aos poucos se tornando realidade nas corporações e já figura mundo afora como premissa para a geração de ambientes propícios a ideias novas. Algo capaz de dar espaço livre para todos expressarem a criatividade a partir de perspectivas e vivências diferentes.
Marcas referência em inovação e produtividade investem cada vez mais em representatividade e equidade, consideradas como seu maior ativo. Mas as mudanças andam devagar na busca de caminhos. Segundo pesquisa sobre o cenário brasileiro da D&I publicada este ano pela revista Você RH e realizada em parceria com a consultoria Mais Diversidade, revelou que 65% das 290 empresas consultadas, de diversos setores, não tinham estratégias bem definidas nessa matéria, embora 97% delas afirmaram manter orçamento voltado à área.
O relatório Diversity Matters produzido em 2020 pela McKinsey & Company, reconhecida no mercado de consultoria empresarial, apontou que empresas que adotam a diversidade são mais saudáveis, felizes e rentáveis. Seus funcionários têm 11% a mais de probabilidade dizer que podem ser eles mesmos no ambiente corporativo, e se sentem estimulados a participar e contribuir muito mais. Além disso, pessoas que trabalham em uma empresa diversa têm probabilidade 152% maior de afirmar que podem propor novas ideias e tentar novas formas de fazer as coisas.
Atração e fidelização de consumidores, melhoria da reputação e chances de captação de mais investimentos são frutos da D&I declarados por essas marcas. Especialistas afirmam que proporcionar a diversidade no ambiente de trabalho implica em uma atenção maior das empresas às necessidades da inclusão e da acessibilidade, o que se traduz em equidade – oportunidades e igualdade de condições para todos.
Ante a complexidade e a importância do tema, o Simpósio SAE BRASIL de Diversidade no Setor da Mobilidade decidiu promover o debate a partir de renomados especialistas, com o propósito de auxiliar empresas do segmento a se alinharem aos movimentos globais de D&I. Acreditamos que seja esta a hora de mergulhar nos aspectos fundamentais da diversidade e da inclusão e de compreendermos melhor o seu valor e urgência para o futuro.
* Daniela Lucchese é líder da mentoria SAE Mulheres e do Programa Diversidade SAE BRASIL
Foto capa de fauxels no Pexels
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