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Eletrificação veicular no Brasil: 3 principais desafios

22 de jul

A eletrificação veicular no Brasil ainda engatinha quando comparamos os números do país com o restante do mundo. Entretanto, essa tecnologia verde tem se mostrado cada vez mais uma realidade por aqui.

Segundo o Diretor de Planejamento Estratégico da HPE Automotores do Brasil, Reinaldo Muratori,  “a eletrificação dos automóveis e de outros meios de transporte não tem volta. Estamos presenciando isso no mundo inteiro e não será diferente aqui no Brasil”.

Essa tendência se comprova por números. De acordo com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), o ano de 2021 foi o melhor da história para o setor de carros elétricos no país. Foram vendidas 34,9 mil unidades de veículos eletrificados no ano passado, segundo a associação.

As vendas ultrapassam todas as previsões da ABVE e representam aumento de 77% sobre os 19,7 mil emplacamentos feitos em 2020. Ainda segundo a Abve, o país deve alcançar a marca de 100 mil veículos elétricos no segundo semestre deste ano.

Hoje, são mais de 80 mil deles rodando pelo país, entre automóveis, utilitários e veículos comerciais leves. Em fevereiro de 2022 a venda de carros elétricos e híbridos já tinha aumentado 147% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 3.435 emplacamentos e o melhor mês de fevereiro da série histórica da instituição, afirma a ABVE.

Já um estudo realizado pela BCG (Boston Consulting Group) e Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) vai além. Dependendo do cenário econômico no Brasil nos próximos anos, o número de veículos leves eletrificados pode atingir 432 mil unidades em 2030, algo em torno entre 12% e 22% das vendas, e pode chegar a 1,3 milhões por ano em 2035, conclui o levantamento.

Mas quais são as vantagens da eletrificação veicular no Brasil e no mundo? A gente apresenta!

Maiores vantagens da eletrificação veicular

Sustentabilidade

Oferece a redução da emissão de dióxido de carbono (CO2), também conhecido como gás carbônico, um dos gases que contribuem para graves mudanças climáticas no planeta Terra, como aquecimento global. A eletrificação veicular não exige a combustão de combustíveis fósseis.

Alta eficiência 

O motor elétrico chega a consumir 90% da eficiência energética disponível, ao contrário do motor a combustão, que aproveita entre 30% e 40% apenas – sendo assim, a energia necessária para um modelo elétrico é menor para se fazer o mesmo esforço.

Menor custo de abastecimento

Em geral, o valor da energia elétrica é mais em conta que a gasolina, o diesel e o etanol. Ou seja, calcula-se que o custo por quilômetro para alimentar um veículo elétrico seja um terço do que se gasta atualmente com um carro movido a algum desses combustíveis fósseis.

Incentivo fiscal

Para incentivar a compra de carros elétricos e híbridos, alguns estados brasileiros têm definido descontos ou isenções no IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) para veículos que fazem uso dessas tecnologias.

Menor custo de manutenção

Por ter um sistema mais simples de funcionamento e menos peças, os custos de manutenção são baixos. Não é preciso trocar filtros de óleo e ar, velas de ignição e correia dentada, por exemplo. Além disso, o desgaste das peças também é bem menor. 

Mais silenciosos

Por fim, diferente dos motores à combustão, os carros com motores elétricos têm menos ruídos e são bem mais silenciosos. Em cidades onde a poluição sonora é ensurdecedora, o carro elétrico agradará a população.

Leia também: Eletrificação veicular é o futuro da mobilidade sustentável

Mas por que a eletrificação veicular no Brasil ainda é um desafio? 

1 – Preço elevado

Hoje, o carro elétrico é caro. Nenhum modelo sai por menos de R$ 150 mil. Além disso, todos são importados e a tecnologia dificilmente é encontrada no país. Mas, daqui alguns anos, a perspectiva é de queda nesses preços.

De acordo com um estudo da BloombergNEF (New Energy Finance), em parceria com a Federação Europeia para os Transportes e o Ambiente, os carros elétricos serão mais baratos do que os movidos a combustão até 2027.

2 – Baixa autonomia e recarga da bateria lenta

No Brasil, um país de dimensões continentais, o medo de ficar sem energia antes de chegar no destino é um entrave. Afinal, sua autonomia é de apenas 400 quilômetros. Soma-se a isso o tempo de espera para o recarregamento. Em média, são pelo menos quase uma hora recarregar a bateria completamente. 

Entretanto, os fabricantes de veículos elétricos têm trabalhado no tamanho da bateria e em sua autonomia com uma recarga. Logo, será possível percorrer a mesma quilometragem que os carros a combustão fazem com o tanque de combustível cheio.

3 – Infraestrutura de carregamento deficitária

Outro desafio da eletrificação veicular no Brasil é a criação de uma infraestrutura para recarga das baterias, com a implantação de mais eletropostos em centros urbanos e estradas do país. De acordo com a ABVE, o país tem 754 eletropostos públicos e semipúblicos espalhados por todo o território nacional.

São considerados eletropostos públicos aqueles instalados em parques, ruas e praças. Já os semipúblicos são os de shoppings, áreas de estacionamentos privados, pátios de redes de 

lanchonetes, postos de abastecimento, entre outros. Os números não incluem os pontos de recarga em locais particulares, como em condomínios residenciais, por exemplo.

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