22 de mar
Um futuro mais verde e menos cinza. Com mais árvores e menos fumaça. Com menos emissão de gases e mais sustentabilidade. Essa é a promessa de transição energética, cenário cobiçado ao redor do mundo. Mas qual o melhor combustível para isso?
O melhor absoluto não existe. Mas uma substância específica vem chamando atenção de especialistas, sendo chamado de “o combustível do futuro”. Estamos falando sobre o hidrogênio verde. Continue lendo para saber mais sobre os seus diferenciais e benefícios.
A energia em contexto mundial
Atualmente, as três principais fontes de energia em todo o mundo são combustíveis fósseis: petróleo, carvão mineral e gás natural. Juntas, essas fontes ainda representam cerca de 80% do consumo mundial de energia.
A matriz energética de países da União Europeia, ainda é 70% baseada em combustíveis fósseis. No quesito energia limpa, o Brasil está um pouco mais avançado. Nosso país já possui a maior parte da matriz energética renovável, com maior destaque para a energia hidráulica.
Outras fontes renováveis que marcam presença na matriz brasileira são a energia solar, eólica e de biomassa. Aos poucos, novos componentes vão aparecendo como novas possibilidades de energia limpa. O hidrogênio verde é uma grande promessa e já se destaca no Brasil.
O que é o hidrogênio verde?
O chamado combustível do futuro é proveniente do elemento mais comum do universo, o próprio hidrogênio. De alguns anos para o presente, estamos vivenciando o que pode ser chamado de corrida do ouro em busca do combustível.
O hidrogênio é mais comum em sua forma composta, H²0, ou seja, na água. Dessa forma, é encontrado com facilidade no Brasil. O que, de forma natural, já é um ponto de destaque para o nosso país.
Pensando em produtividade, um litro de hidrogênio puro contém três vezes mais energia do que um litro de gasolina. O hidrogênio verde não é o único combustível proveniente do elemento que existe, mas é o mais limpo.
No total, são três classificações: cinza, azul e verde.
O hidrogênio cinza é produzido a partir do gás natural, utilizando a energia de combustíveis fósseis e liberando gás carbônico para a atmosfera. Ou seja, não é considerada uma energia limpa.
O azul também é extraído do gás natural. A diferença é que aqui o CO² resultante é capturado e enterrado no solo.
Já o hidrogênio verde é obtido a partir da água usando apenas energias de fontes renováveis. Porém, demanda grandes quantidades de eletricidade para ser gerado, e por isso é o mais caro de desenvolver.
O Brasil avança nas pesquisas do hidrogênio verde
São muitas as possibilidades no contexto da transição energética. Responder qual é o melhor combustível depende de diferentes fatores: poder aquisitivo, clima, área verde do país, avanço de testes e mais.
A própria matriz energética brasileira somada ao clima do país e à abundância de recursos abre caminho para o desenvolvimento do hidrogênio verde e torna o nosso país um dos candidatos a liderar esse novo segmento da indústria da energia.
O Nordeste coloca-se como protagonista neste cenário. Possui uma articulação mais intensa e avançada nos projetos do hidrogênio verde. No Ceará e na Bahia já existem fábricas sendo construídas com esse objetivo.
Um motivo que facilita o protagonismo da região é a estrutura já existente de indústrias de energia solar e eólica, utilizadas no processo de separação do hidrogênio da água, sua forma composta.
Recentemente, o Rio Grande do Norte iniciou testes de produção comercial de hidrogênio verde. Em parceria com a empresa Enerfín do Brasil, o estado deve iniciar o projeto-piloto em breve.
O objetivo é alargar para outras energias renováveis a referência que a região já tem na produção de eólica.
O interesse da Europa na produção brasileira
Se o Brasil tem tudo para virar o protagonista na produção do hidrogênio verde, a Alemanha já é um dos maiores interessados na produção brasileira.
Em 2020, o combustível já tinha sido escolhido pelo país e União Europeia como meio para alcançar a neutralidade da emissão de carbono até 2050. Desde então, a Alemanha se tornou uma grande pesquisadora e interessada no assunto.
O contexto da Guerra da Ucrânia acelerou a necessidade de encontrar parceiros que pudessem produzir hidrogênio para que a Alemanha pudesse exportar.
Com a Guerra, países da União Europeia que dependem do gás da Rússia precisaram buscar outras fontes de energia. Para se ter uma ideia, a Alemanha precisou recorrer ao carvão para dar conta da demanda energética.
Esse cenário deu o empurrão necessário para que o país acelerasse a busca por soluções de energia limpa e chegasse até o Brasil.
Como falado anteriormente, o Brasil possui condições naturais importantes, que facilitam a produção do hidrogênio verde. Porém, faltam recursos e condições essenciais. A Alemanha quer viabilizar essas condições, para então se tornar consumidora do hidrogênio verde que será produzido pelo nosso país.
Neste quesito, a localização dos postos nordestinos também facilita na exportação para a Europa.
A SAE BRASIL já possui conteúdos e iniciativas sobre o hidrogênio verde
Está claro que um dos combustíveis do futuro é o hidrogênio verde. Aqui na SAE BRASIL, acreditamos que o futuro é o presente, e por isso já temos iniciativas que tratam sobre o assunto.
A mais recente foi a criação do Programa Estudantil H2 Challenge, que contribui para a aplicação do combustível limpo em veículos Baja e Fórmula SAE.
Conheça a iniciativa e apoie o Desafio SAE Brasil & Ballard Student H2 Challenge 2023. Acesse o nosso site para saber mais sobre como se envolver no desenvolvimento deste futuro próximo: https://saebrasil.org.br/programas-estudantis/h2_challenge