Page 7 - Revista EAA - Edição 82
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CAPA
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL ESPECIAL
ADAS: a tecnologia do
trânsito mais seguro
Países com baixa ou média renda têm 60% da frota mundial e
93% das mortes no trânsito. É preciso investir em políticas de
redução de acidentes, como nos países mais avançados, que
respondem por, somente, 7% dessas mortes Laercio Barbosa*
Um panorama da que os riscos de limites mais modestos. O uso e
violência no trânsito qualidade de bancos para crianças é outro que-
Segundo a Organização Mundial de Saúde sito que não pode ser evitado por um sistema
(OMS, 2018), 1,35 milhão de pessoas morreu ADAS (Advanced Driver Assistance Systems). Figura 1. Linha
no mundo vítimas de acidentes de trânsito em Mas com o avanço e emprego da tecnologia é do tempo dos
2018. Isso já bastaria para justificar medidas possível termos números menores que os atuais. principais sistemas
que aumentem a segurança no trânsito. Mas Isso tudo, é claro, em meio a um ecossistema e ADAS. Fonte:
há mais: No mesmo ano, cerca de 3% do PIB infraestrutura robustos e políticas adequadas. (MEMA, 2015)
de um país foi gasto em consequência dos aci-
dentes de trânsito, ou seja, no Brasil gastou-se o
equivalente a R$ 204 bilhões. Além disso, mais
da metade dessas mortes foram de pedestres, ci-
clistas e motociclistas. E as vítimas fatais resul-
tantes de ferimentos causados por acidentes de
trânsito lideraram as mortes de crianças e jovens
adultos entre 5 e 29 anos — uma triste consta-
tação. Um dado curioso, mas que não causa ne-
nhuma surpresa, ficou ainda mais evidente: 93%
das mortes no trânsito aconteceram em países
com baixa ou média renda (Brasil, por exemplo)
e estes mesmos países são responsáveis por 60%
da frota mundial. É uma questão de consequên-
cia: os países de maior renda média e que mais
investem em políticas de redução de acidentes
respondem por, somente, 7% das mortes no
trânsito. Os números retratam uma tendência
desde 2015.
Poderiam os sistemas de auxílio ao
motorista evitar todas essas mortes?
A resposta a esta pergunta é: não! Esses sistemas
têm atuação em campo específico e fora dele
nada ou bem pouco podem fazer. Por exemplo,
o aumento na velocidade de uma via aumenta a
probabilidade e a severidade dos ferimentos em
acidentes. Não há como um sistema reduzir tal
limite e, ainda que ele minimize os riscos decor-
rentes de tal aumento, eles ainda serão maiores
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