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Mobilidade humana e os avanços com a tecnologia

2 de ago

A mobilidade humana e seus desafios relacionados ao deslocamento nas cidades têm sido cada vez mais discutidos no mundo. Afinal, quando há mobilidade, democratizamos o acesso à cidade e seus benefícios, como educação, saúde, moradia digna, trabalho e lazer. 

Porém, boa parte dos municípios brasileiros não conseguem fornecer infraestruturas e serviços no mesmo ritmo do crescimento populacional. O resultado disso são áreas urbanas dispersas, distantes e desconectadas. 

Para piorar, calçadas de ciclovias precárias, obstruídas ou até mesmo inexistentes, desestimulam ou inviabilizam meios sustentáveis de mobilidade, como a caminhada e o uso da bicicleta, por exemplo. Esses fatores incentivam o uso do carro e da moto, gerando congestionamentos e poluição do ar.

Mobilidade humana democratiza o direito de ir e vir

De cara, o nome lembra mobilidade urbana, mas seu conceito vai além. A mobilidade humana coloca as pessoas no centro da transformação. Ou seja, a cidade é formada 

por pessoas e, por isso, deve ser planejada para que elas possam ter o direito de ir e vir com facilidade. 

Desta forma, acessibilidade, meios de transporte, vias, leis e sinalizações de trânsito devem ser implementados de forma inteligente para que promova segurança, qualidade de vida e bem-estar à toda população.  

Atualmente, quase 25% dos brasileiros têm mobilidade reduzida. Nessa condição encontram-se todas as pessoas cujos movimentos são limitados de forma temporária ou permanente e que têm dificuldades de se locomover por estarem com seus aspectos sensoriais, cognitivos ou físicos comprometidos.

São obesos, gestantes, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos. A necessidade de cada indivíduo é diferente e varia, para além de seus atributos físicos, de acordo com o motivo da viagem, sua disponibilidade de tempo, energia, recursos e até mesmo das condições meteorológicas.

Mobilidade multimodal e integrada é a aposta do futuro

Para um futuro mais sustentável, planos e ações de mobilidade devem ser adotados para melhorar o meio ambiente (gerando menos poluição do ar e menos emissões de gases de efeito estufa) e a sociedade (mais seguras e inclusivas para todas as pessoas), gerando impactos positivos na economia.

Por isso, a aposta está na mobilidade multimodal e integrada. Quando os veículos forem usados, eles devem ter o tamanho compatível com o número de usuários, ser compartilhados e não poluentes. 

Em relação ao transporte coletivo, o uso da bicicleta e os deslocamentos a pé são considerados os mais sustentáveis, porque são mais eficientes energeticamente, menos poluentes, proporcionam melhor uso do tão limitado espaço viário e geram mais oportunidades de acesso para todas as pessoas, entre outros benefícios.

Os princípios da mobilidade humana

  • Planejar as cidades e a mobilidade juntas;
  • Focar em mover pessoas, não carros;
  • Encorajar o uso eficiente do solo e da infraestrutura;
  • Engajar partes interessadas na tomada de decisões;
  • Projetar com acesso para todos;
  • Evoluir rumo à emissão zero;
  • Cobrar tarifas justas;
  • Gerar benefícios públicos via dados abertos;
  • Promover a integração e a conectividade dos modos de transporte;
  • Promover a operação compartilhada de veículos autônomos;

A Mentoria em Mobilidade Humana

Nesse contexto surge na SAE a oportunidade de trazer um pouco dessa visão para a entidade. Através da construção de uma visão compartilhada, a Mentoria em Mobilidade Humana reúne profissionais com experiência no poder público, no mercado, no terceiro setor e na academia, tendo como pilar central o ser humano, em suas mais diversas nuances, como base da mobilidade

O intuito da Mentoria é estruturar frentes colaborativas para fomentar a renovação da SAE BRASIL por meio de iniciativas que conectam atores e experiências, criando uma cultura de inovação, sempre focada na mobilidade do ser humano.

Estratégia de atuação da Mentoria em Mobilidade Humana

Um dos principais objetivos da Mentoria em Mobilidade Humana é auxiliar a SAE BRASIL a ampliar seu escopo de atuação. Tradicionalmente, a SAE sempre esteve muito ligada à engenharia, aos veículos e com uma atuação mais voltada ao mercado, em especial à indústria automobilística.

A Mentoria em Mobilidade Humana carrega em sua essência a noção de que são as pessoas que se movem e que os veículos são possíveis ferramentas para que a mobilidade aconteça.

No grupo, é reforçada a necessidade de nos tornarmos cada vez mais multidisciplinares e multissetoriais, internalizando que o universo da mobilidade é composto pelas diversas políticas públicas propostas pelo governo, a atuação do mercado, as demandas da sociedade civil e a produção intelectual da academia.