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Combustível do futuro: o Brasil e a descarbonização da mobilidade

27 de abr

A redução do uso de fontes de energias fósseis em automóveis é urgente. Dados mostram que é necessário descarbonizar para que tenhamos um futuro mais verde. A partir dessa necessidade, o desenvolvimento acelerado do combustível do futuro se mostra essencial. 

Atualmente, o setor de transporte é responsável por cerca de 20% das emissões globais de gás carbônico, ou seja, 8 milhões de toneladas. Dessas emissões, aproximadamente 75% são provenientes do modal rodoviário, apesar de também estar presente em outros.

Mais do que uma tendência de mercado, a busca por tecnologias sustentáveis que conservem o meio-ambiente e freiem esses números, é essencial. A mobilidade deve ser considerada no futuro que estamos construindo. Por isso, soluções ainda no presente, como combustíveis que ajudam na preservação do meio-ambiente, são indispensáveis.

Muito se engana quem considera o Brasil um país atrasado nesse assunto. Vamos te contar sobre algumas soluções nacionais que atravessam o tempo presente.

Os principais combustíveis limpos desenvolvidos no Brasil são o etanol, biodiesel e hidrogênio combustível. Outra solução é a eletrificação, também já com bastante destaque.

O governo federal e vários governos municipais se dedicam para tirar do papel projetos de desenvolvimento de energia limpa.

O programa Combustível do Futuro, lançado em 2021, é um exemplo. A partir das experiências do país com etanol, biodiesel e o RenovaBio, o projeto amplia, ainda mais, o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono. A SAE BRASIL se dedica nesse sentido e participa de diversos grupos de estudo.

A eletrificação se destaca ao redor do mundo, e já está em estágio avançado em diferentes modais do transporte, como rodoviário, ferroviário, aéreo e sobre as águas.

Veículos de hibridização média, baterias elétricas e células de combustível têm ganhado investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A eletrificação de locomotivas para trens de alta capacidade já é uma realidade.

Hoje, tratamos como combustível do futuro aquele que dispensa a emissão de gases de efeito estufa para seu funcionamento. Mas muito se engana quem acredita que esse conceito é novo.

Em 1925, Henry Ford já falava em combustível do futuro. O engenheiro fundador da Ford Motor Company atribuía o título ao etanol. 

Em 1975, o programa ProÁlcool teve início, marcando um período de substituição em larga escala dos derivados do petróleo. A motivação foi um pouco diferente da que movimenta as pesquisas dos dias de hoje. 

O programa foi instaurado em meio a crise mundial do petróleo. O ProÁlcool consistiu em uma iniciativa do governo brasileiro de intensificar a produção de álcool combustível (etanol) para substituir a gasolina. Como resultado, de 1975 a 2000, foram produzidos cerca de 5,6 milhões de veículos movidos a etanol.

Logo depois desse período, em 2003, foi introduzida a tecnologia flexfuel, o que aumentou ainda mais a participação do etanol em relação à gasolina em veículos leves. O primeiro automóvel do tipo foi lançado em março daquele ano pela Volkswagen, utilizando um sistema desenvolvido pela Bosch.

De lá pra cá, motivações ambientais foram surgindo e outras iniciativas foram tomando conta do mercado.

Mesmo ainda sem contar com um grande destaque global no assunto, o Brasil apresenta soluções para a descarbonização. Veículos com propulsão elétrica à base de etanol vêm sendo desenvolvidos em diferentes locais do solo nacional, de modo regional. O que não deixa de ser extremamente positivo.

Para chegarmos a total descarbonização, soluções regionais precisam coexistir com as mundiais. Os cenários são muitos, e as possibilidades, inúmeras. A decisão por um caminho em detrimento do outro deve vir acompanhada de muito estudo, conhecimento, planejamento e testes.

No que concerne ao conhecimento sobre qual o combustível do futuro, a SAE BRASIL está de portas abertas e oferece diferentes tipos de conteúdo!

A Revista Engenharia Automotiva Aeroespacial é somente uma dessas possibilidades. A edição 91 da publicação dedicou reportagens e matérias ao tema combustível do futuro. Se você quer saber mais, acesse gratuitamente para ver na íntegra e expandir seus estudos