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Mobilidade como Serviço: Conheça o conceito de MaaS e entenda a sua relevância para o futuro TESTE

22 de jun

Mobilidade como Serviço: Conheça o conceito de MaaS e entenda a sua relevância para o futuro

Um dos maiores desafios da expansão urbana, que acontece de forma exponencial em centros ao redor do mundo, é garantir a eficácia no deslocamento de pessoas, produtos e serviços. Com cada vez mais pessoas circulando em um mesmo local, mais transportes mostram-se necessários. Neste cenário, o conceito de MaaS, Mobility as a Service, Mobilidade como Serviço, em português, ganha força.

Para começar a falar sobre MaaS é preciso esclarecer. O termo não diz respeito a um aplicativo. A MaaS é uma proposta que coloca o passageiro no centro das atenções e integra serviços públicos e privados de transporte em um único sistema.

O conceito permite que o usuário planeje e pague pela mobilidade de forma descomplicada. Assim como serviços de streaming de música, filmes e séries, a MaaS propõe serviços de mobilidade, voltados totalmente para a experiência do usuário, que poderá compor o trajeto desejado escolhendo entre as variadas opções de modais.

A viabilização da MaaS passa pela utilização de uma plataforma digital que reúne dados e formas de pagamento que tornam possível essa integração entre os meios de transporte. Porém, até chegar na implementação, é preciso olhar para todo o caminho. Como surgiu o MaaS?

O conceito da MaaS surgiu na Finlândia e já é realidade no país. Em 1996, cientistas de dados abordaram a criação de um assistente inteligente de informações em uma conferência de turismo realizada na Áustria. Esse assistente era o finlandês Sampo Hietanen, um dos fundadores do conceito.

Essa apresentação era o início da MaaS, que só teve início de fato em 2014. Na época, Hietanen apresentou a ideia de mobilidade como serviço para o público da Conferência de Tecnologia Heureka. Desde então, o conceito ganhou força – e o mundo.

A capital finlandesa, Helsinque, é a primeira cidade do mundo a oferecer a mobilidade como serviço de forma abrangente. Desde 2016 os moradores utilizam um aplicativo chamado Whim para se planejar e pagar por todos os modais de transportes público e privado na cidade, incluindo trem, ônibus, carro ou bicicletas – compartilhados ou individuais.

O exemplo finladês ajuda no entendimento do conceito. O cliente da mobilidade como serviço é a pessoa que precisa circular pela cidade. O processo acontece da seguinte forma: o morador paga pelo uso dos serviços oferecido por uma empresa que atua junto ao poder público, e os operadores e fornecedores de serviços são remunerados.

A MaaS visa, principalmente, o impacto positivo na vida das pessoas e das cidades, reduzindo a utilização do carro particular em grandes centros, grande parte dos problemas de trânsito e sustentabilidade atualmente.

De acordo com a consultoria McKinsey & Co, a integração total entre os meios de transporte disponíveis permitiria acomodar 30% mais tráfego com redução de 10% no congestionamento.

Juntando ações de impacto positivo, como a utilização de veículos elétricos, à utilização da MaaS, é possível reduzir problemas ambientais e sociais. Dessa forma, o serviço ajuda a diminuir as emissões de gases poluentes e também a redução das iniquidades sociais para o acesso à cidade.

Mas como implementar de fato o serviço, seguindo o exemplo da Finlândia? Especialistas afirmam que o grande desafio para países como o Brasil, por exemplo, não é a infraestrutura das rodovias e transporte, problema que afeta diretamente a eletrificação, por exemplo. A grande questão está na ação colaborativa e compartilhamento de dados.

É necessário que operadoras e autoridades tenham uma atuação em colaboração para a padronização de dados e intercâmbio de informações. Com o auxílio da tecnologia disponível, é preciso criar e disponibilizar produtos voltados para a necessidade da população. Além disso, é impossível existir Mobilidade como Serviço sem políticas públicas.

Uma política nacional que apoie a manutenção dos sistemas de transporte nos municípios é essencial, assim como o financiamento do transporte público. O poder público precisa gerenciar o sistema como um todo, para entender quanto seria necessário de financiamento, por exemplo.

A forma como isso será implementado deve ser uma decisão de cada cidade, apoiada pelo Governo, mas de forma específica para cada região e ambiente, de acordo com as suas necessidades.

Existem dois fatores gerais que traduzem o que é preciso para instalar a Mobilidade como Serviço. A integração física e a de pagamentos.

  • Integração física: conexão entre os diversos meios de transporte, como metrô, ônibus, bicicleta, e até mesmo, automóvel particular e de aplicativos. Por exemplo, estações de bicicleta em terminais de metrô e ciclovias nas rodoviárias, que possibilitam o trajeto entre as estações. Diz respeito à combinação dos meios de transporte disponibilizados.
  • Integração de pagamentos: a possibilidade de utilizar a mesma forma de pagamento, como um cartão de crédito e débito, para utilizar todos os serviços oferecidos em um mesmo deslocamento. Sem essa integração, os valores para o cidadão podem ser cada vez mais altos.

Focar na experiência do usuário é a chave. Países que já oferecem a Mobilidade como Serviço possuem pacotes, que podem ser mensais, por exemplo, de deslocamento para seus passageiros.

O conceito de MaaS é o futuro. E, como costumamos falar por aqui, o futuro é agora! Leve essa discussão para o seu dia a dia e busque saber mais sobre como podemos tornar a mobilidade mais sustentável para o meio ambiente e para os seres humanos.