1 de fev
A edição de novembro de 2021 do Projeto Aprendendo com Elas por CAOA Chery, discutiu o tema Mobilidade Elétrica: Tendências e Desenvolvimento Tecnológico.
O encontro online reuniu especialistas que falaram sobre a relação entre a eletrônica embarcada nos veículos e a área de armazenamento de energia, os desafios e inovações na área de baterias e o mercado da mobilidade elétrica.
Além disso, debateram como as empresas podem se posicionar e planejar para lidar com a possibilidade de novos modelos de negócio que surgirão do conhecimento mais detalhado dos hábitos dos usuários da mobilidade elétrica e tipos de condutores.
Por fim, houve uma reflexão sobre a transição energética e a descarbonização da economia.
Participaram deste encontro mediado pela Maria de Fátima Rosolem, da CPDQ:
Maria de Fátima Rosolem: Qual sua visão para o mundo pós pandemia em relação ao setor automotivo?
Cynthia Thamires da Silva: A pandemia trouxe um pouco do “Poxa, acorda. Vamos fazer algo, porque o planeta está vivo e precisa da nossa ajuda para que possamos sobreviver”. A indústria automotiva precisa se renovar, se modificar. Acho que a pandemia acelerou esse processo.
Acredito que as startups são algo forte, porque elas acabam trazendo uma inovação sustentável. O caminho é a indústria se unir com essas inovações para que consiga crescer pensando no nosso meio ambiente.
Maria de Fátima Rosolem: O que está ocorrendo no mundo em termos do avanço da mobilidade elétrica?
Flávia Consoni: Agente observa nas políticas públicas que os países não falam literalmente em veículos elétricos o tempo todo. Eles falam em veículos de zero emissão.
Acontece que a mobilidade elétrica tem se colocado como uma tecnologia que está muito mais próxima do mercado e trazendo uma resposta de inserção no consumo de forma muito rápida.
Se a gente olhar para nossos números, em 2010 tínhamos 10 mil veículos elétricos ou híbridos em circulação. Em 2020, isso foi para mais de 10 milhões em meio a uma pandemia. Enquanto que o consumo de veículos de motor a combustão teve uma queda em 2020, os da mobilidade elétrica cresceu.
Temos que olhar para a mobilidade elétrica ainda como uma solução da transição da descarbonização, mas para nossa realidade. O Brasil não vai abrir mão do biocombustível de um momento para outro.
A gente fala de um mix de tecnologia, mas para alguns modais a mobilidade elétrica está chegando com muito mais força. O transporte público, como ônibus, está se eletrificando e vai eletrificar com mais velocidade.
E por que faz sentido para países como o nosso? Porque é uma tecnologia cara e que precisa do poder público para diluir esses gastos.
Maria de Fátima Rosolem: Quais os impactos da mobilidade elétrica sobre a matriz energética e sobre o sistema elétrico brasileiro? É possível fazer um paralelo com a situação mundial?
Luciane Canha: Vejo que a mobilidade elétrica vai ter tanto impacto em tantas e diferentes áreas que nós, que muitas vezes somos da área técnica, vislumbramos, mas, a grande maioria das pessoas, que não está envolvida nesse estudo um pouco mais técnico, não enxerga.
Pensam no veículo elétrico como aquele carro que a gente tem na garagem. Pega, leva o filho para a escola, volta e vai para o trabalho. O veículo elétrico movimenta toda uma indústria de eletrônica e de controle.
Então, precisamos que as matrizes das redes de distribuição elétrica estejam preparadas também para essa carga, que é móvel e que vai mudar absolutamente o padrão de abastecimento desse carro.
Não vamos mais abastecer veículos elétricos como fazemos hoje, de chegar quase na reserva e ir para um posto. Com a bateria você tem a carga de oportunidade. Onde você estiver e ter um plug será possível plugar seu carro para recarregá-lo.
Quer saber mais sobre os principais pontos da mobilidade elétrica debatidos no encontro promovido pelo Aprendendo com Elas por CAOA Chery? Assista o vídeo!