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O papel da inovação no processo de aceleração da retomada dos negócios

4 de dez

Último painel do WEB FÓRUM SAE BRASIL reuniu três presidentes de empresas do setor de mobilidade para discutir as ações futuras em prol da economia

O último painel do WEB FÓRUM SAE BRASIL reuniu, no fim da tarde da quinta-feira, 03/12, presidentes de empresas do setor de mobilidade para discutir como a inovação pode acelerar a retomada dos negócios, no cenário pós-pandemia. Participaram o Diretor Presidente da Ouro Verde Locações e Serviços, Claudio Zattar; o Presidente da Marcopolo, James Bellini; o presidente da Volvo Trucks Latin America, Wilson Lirmann, com a moderação do Líder do setor de Industrial Markets e Automotivo da KPMG, Ricardo Bacellar.

Os participantes foram convidados a contar um pouco sobre suas experiências na direção das empresas, ao longo de 2020, com a pandemia, e expor a percepção de cada um quanto à importância de investir e apostar na inovação como uma ferramenta no movimento de volta da economia e dos negócios, no Brasil e no mundo.

“Para falar sobre inovação é importante, primeiramente, entender o que são essas mudanças e, a partir disso buscar medidas para acelerar o crescimento e retomar os negócios. A pandemia aconteceu e nos pegou desprevenidos, deixando clara uma necessidade de as empresas se reinventarem na busca por soluções e modelos novos para poder seguir em frente”, afirmou Claudio Zattar.

Para ele, a palavra de ordem para o cenário atual é acelerar a digitalização dos negócios. “A retomada vai acontecer de forma gradativa. Não temos ainda um mapa de como vai ser, mas podemos dizer que já se iniciou em alguns setores e deve se estender aos demais. A inovação vai ter um papel fundamental nesse movimento, pois será a responsável por acelerar os processos que dependem da conectividade e da digitalização”, ressaltou.

As mudanças nas relações de consumo e no comportamento das pessoas, que passaram a se preocupar mais com a saúde e o bem-estar, aceleraram algumas tendências, que exigiram mudanças nas estratégias das empresas. “A sociedade como um todo precisou fazer adaptações para essa nova realidade mais digitalizada que passamos a viver. Por parte da empresa, precisamos ajustar o nosso foco de investimento para atender essa nova necessidade, dos nossos colaboradores e clientes”, ressaltou.

Soluções em biosseguridade para ônibus

“Ninguém gosta de crise, pois estraga os planos”, enfatizou o presidente da Marcopolo, James Bellini, que destacou a expectativa da empresa antes da pandemia. “Tínhamos uma perspectiva de que 2020 seria um dos melhores anos para a companhia. Registrávamos um forte crescimento do setor e o aumento substancial das vendas, acima do que imaginávamos”.

O cenário foi de um grande baque para o negócio. Segundo Bellini, a maioria dos clientes da empresa foi muito impactada, com 85% de suas frotas paralisadas. “Em um primeiro momento tivemos que agir rápido, olhando para dentro da nossa empresa, buscando o equilíbrio, mas depois a pergunta era: como sair dessa situação?”, descreveu.

A resposta foi: pensar fora da caixa! “Nunca imaginei que teríamos que nos especializar em biossegurança”, comentou o presidente, destacando a iniciativa de buscar parcerias com outras empresas e startups, visando adaptar tecnologias dos ambientes de espaço físico para a realidade do interior do ônibus, oferecendo mais segurança e tranquilidade aos passageiros.

“O mais importante foi perceber que a forma que trabalhávamos não serviria mais para o futuro, tendo em vista as mudanças ocasionadas pela pandemia. Precisamos reaprender e repensar nosso modelo de gestão”, admitiu.

Inovação em prol de toda a cadeia

O monitoramento da pandemia na Volvo iniciou desde os primeiros casos na China, ainda em 2019, acompanhando a evolução da doença e seus impactos em toda a cadeia produtiva, relatou o presidente da Volvo Trucks Latin America, Wilson Lirmann. “Quando a Covid chegou ao Brasil já tínhamos instalado um procedimento interno para lidar com a crise. Passamos a monitorar diariamente as pessoas, com uma visão ampliada para toda a cadeia produtiva abrangendo nossos clientes e a empresa, com foco na gestão”, explicou.

“Adaptamos a operação, colocando nosso contingente em home office em março e temos um projeto de prolongar pelo tempo necessário. Além disso, em um primeiro momento a cadeia produtiva foi paralisada em todo o mundo, o que nos rendeu um novo desafio: a retomada”, acrescentou Lirmann.

Segundo ele, os investimentos da empresa e a macrotendência não mudarão com a pandemia, mas precisaram ser aceleradas. “O ano de 2020 colocou em prova muitas questões, mas temos uma jornada a longo prazo. Quando falamos em inovação imaginamos algo fora dos limites, mas a realidade é que já temos muitas delas em funcionamento. A inovação será o que vai entregar valor aos negócios em 2021”, concluiu.

Ao analisar os modelos de negócios e as percepções dos presidentes das grandes empresas de mobilidade, é certo que o mercado nos próximos anos estará ainda mais concorrido, o que exigirá das companhias mais eficiência e um processo constante de reavaliação dos processos e do modelo de gestão. Nesse cenário, a inovação será o grande diferencial, seja no ambiente interno das empresas ou nos produtos comercializados por elas.