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Fontes de combustíveis renováveis vão substituir combustíveis fósseis nos próximos anos

1 de nov

Combustíveis renováveis vão substituir o petróleo até 2050. A previsão realizada em 2020 pela multinacional British Petroleum se mostra mais atual do que nunca.

Estudos concordam que fontes de energias fósseis vão sofrer um declínio irreversível nos próximos 30 anos. Um dos impactos aponta para um aumento de 20% a 60% no uso de energias renováveis.

Essa discussão já é mais atual do que se imagina. Continue lendo para saber mais sobre a transição energética que aponta para o uso de combustíveis renováveis.

Onde começa a substituição por combustíveis renováveis?

A pandemia do coronavírus causou a maior queda na demanda de petróleo na história, no primeiro semestre de 2020. Estima-se uma queda diária de 3,8 milhões de barris de petróleo no período.

A economia da China, maior importador do combustível do planeta, foi diretamente impactada, já que a nova cepa do vírus surgiu no país. Porém, o assunto sobre energias renováveis é de abrangência nacional – e engloba diferentes causas.

A crise instaurada pela Covid-19 mostra somente um lado da necessidade por uma transição energética. O outro, ainda mais importante, tem relação direta com a necessidade da descarbonização. 

É preciso reduzir as emissões de gases de efeito estufa, principalmente o gás carbônico. São diversos os estudos e conferências mundiais que apontam para a urgência do uso de energias limpas, que não poluem a atmosfera terrestre e, por consequência, devastam o planeta.

O contexto mundial no uso de combustíveis fósseis

Enquanto o consumo de petróleo cai, por diversos fatores como visto anteriormente, o investimento por parte de empresas em energia renovável aumenta exponencialmente. 

Antes de citarmos dados mais específicos, é preciso esclarecer um ponto: a diferença entre a matriz energética e a elétrica. A primeira representa o conjunto de fontes de energia total de certo local, incluindo a utilizada em carros e fogões, por exemplo.

Já a segunda apresenta uma amostra um pouco mais restrita. A matriz elétrica traz as fontes de energia responsáveis pela geração de eletricidade. Neste sentido, a matriz energética abrange também a elétrica.

Hoje, a produção de petróleo e derivados representa aproximadamente 35% da matriz energética do Brasil. Já a matriz elétrica, é bem mais renovável: mais de 60% da energia elétrica gerada no país vem das usinas hidrelétricas. 

Os biocombustíveis como fontes de energias renováveis

Os biocombustíveis são uma fonte de energia limpa que têm ganhado espaço no mercado. Ele pode substituir o gás natural, o diesel e até mesmo a gasolina, todos com alta quantidade de carbono, usado para alimentar a combustão.

Alguns exemplos são o etanol e o biodiesel. O etanol é produzido através da cana-de-açúcar, e o biodiesel a partir de óleos vegetais, como a soja e o girassol.

O Brasil já é referência mundial quando o assunto é produção de etanol e biodiesel.

Aqui, há um ponto a se considerar: nosso país é um dos maiores produtores de soja do planeta, batendo recordes ano após ano e aumentando, cada vez mais, sua área de plantação. 

Na produção de óleos vegetais, o Brasil está no ranking dos 10 maiores produtores mundiais, com crescimento constante. Dessa forma, fica claro o avanço do país na transição para biocombustíveis. 

Tanto o etanol quanto o biodiesel apresentam alternativas mais sustentáveis em comparação aos combustíveis fósseis. O ganho já é visto na fase de plantação das suas matérias-primas.

Os produtos que geram o etanol e o biodiesel consomem gás carbônico em toda a sua fase de vida, gerando um ciclo neutro de carbono e minimizando, de forma considerável, o impacto ambiental negativo.

O biogás também é uma alternativa, apesar de ainda não tão utilizado. O também biocombustível é gerado a partir da decomposição de matéria orgânica. Com a purificação do biogás, o biometano é gerado. A queima deste gera gás carbônico, porém, é mais benéfico do que sua emissão direta.

Combustíveis renováveis: um caminho sem volta

A matriz energética brasileira, apesar de ainda precisar evoluir muito, é mais renovável do que as escalas mundiais. Nosso país emite menos gases de efeito estufa por habitante do que a maioria dos países.

Em 2019, as fontes de energia renováveis do Brasil ocupavam 46% do consumo, enquanto que, a nível mundial, o mesmo dado cai para 14%. Mesmo assim, ainda estamos longe de ocupar o ranking dos países com maior penetração de energia renovável.

Alguns países que estão na linha de frente neste quesito são Suécia, Islândia e Dinamarca. A Islândia é considerada a mais avançada, com praticamente 100% da energia proveniente de fontes renováveis, principalmente hidrelétricas e centrais geotérmicas, ou seja, energia proveniente do calor das profundezas da terra.

A Suécia utiliza, predominantemente, energia hidrelétrica e eólica. Já a Dinamarca obtém praticamente metade de toda a sua energia das fontes eólicas. O restante vem, principalmente, da energia solar e biomassa.

Um outro país que chama atenção é a China. Apesar de ainda utilizar carvão na sua matriz, um dos combustíveis mais poluentes, o país é hoje o maior investidor em energias renováveis mundialmente. Mas e o Brasil?

Atualmente o país é o líder na produção de etanol vindo da cana de açúcar, e segundo maior produtor de biodiesel no mundo. Cerca de 25% dos combustíveis utilizados por aqui hoje são renováveis. A meta, segundo o secretário do Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Coelho, é chegar a 30% até 2030.

São muitas as iniciativas tomadas tendo em vista esta previsão. Uma delas é o programa Combustível do Futuro, que tem como objetivo aumentar a participação de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira, assim como desenvolver tecnologias veiculares nacionais.

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