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Mobilidade elétrica: será ela o futuro?

25 de jul

Nós sabemos que a imagem do futuro é mais verde, sustentável e focada na preservação do meio-ambiente. Todos os passos que damos no presente, afetarão essa trajetória. 

Pensando em veículos, automóveis, consumo energético e grandes cidades, como a mobilidade está sendo construída para contribuir com esse futuro? A mobilidade elétrica é o caminho? Continue lendo para saber mais.

O grande desafio é diminuir as emissões

É de conhecimento geral que o setor dos transportes é um dos grandes responsáveis pelas altas taxas de emissão de gases de efeito estufa. Em grandes centros do Brasil e do mundo, isso fica ainda mais visível

Em São Paulo, 62% das emissões têm como causa o transporte. No Rio de Janeiro, o mesmo número corresponde a 35%. Os dados são, respectivamente, de 2018 e 2019, levantados pelo estudo Economia Circular – Cidades do Futuro e Descarbonização, realizado pela Enel Brasil.

Na Europa, o setor de transporte é o único dos principais setores da economia a aumentar as emissões de gás carbônico desde 1990. Por lá, o transporte é responsável por 25% das emissões totais de gases do mesmo tipo. 

Em São Paulo, os carros particulares são responsáveis por mais de 70% da emissão de gases de efeito estufa, apesar de realizarem o transporte de apenas 30% da população, como mostra o levantamento Inventário de Emissões Atmosféricas do Transporte Rodoviário de Passageiros no Município de São Paulo.

O uso do transporte público, como ônibus, metrôs e trens, é imprescindível para a descarbonização. Porém, outras soluções mostram-se necessárias, como por exemplo, a eletrificação – aplicável para todos os modais.

Em cidades da Europa a mobilidade elétrica já é realidade

Em todo o planeta, países e empresas se mobilizam rumo à descarbonização. Enquanto você lê esse texto, soluções inovadoras estão sendo desenvolvidas e testadas com o mesmo objetivo: diminuir as emissões de gases de efeito estufa. 

Uma dessas soluções, talvez uma das mais avançadas em determinados países, envolve o desenvolvimento da mobilidade elétrica – já uma realidade na Europa.

Em cidades como Madrid e Paris, existe a meta de que, até 2025, seja proibida a entrada em centros urbanos e a venda de novos veículos com motores a combustão. Em Londres, é prevista uma taxa diária para quem queira levar veículos que não sejam, ao menos, híbridos até o centro da cidade.

Pelo menos na Europa, a previsão é de que em 2035 a mobilidade elétrica ultrapasse qualquer outra: a venda dos veículos elétricos deve ser maior do que a dos veículos a combustível.

A eletrificação se une às energias renováveis

A eletrificação não anda sozinha. Ela está lado a lado com fontes renováveis de energia. A energia produzida a partir dessas fontes  está cada vez mais alta, por exemplo, eólica, solar e hidráulica. E tanta energia produzida precisa ser consumida. Para isso, precisa-se gerar demanda. Os carros elétricos ocupam esse espaço.

No caso do Brasil, por exemplo, mais da metade da energia elétrica produzida parte das usinas hidrelétricas, 56%, como mostra o documento Balanço Energético Nacional, de 2022. A eólica ocupa 10%, e vem crescendo, enquanto a solar corresponde a 2,5% de toda a demanda de energia elétrica do Brasil.

Com a necessidade do carregamento de veículos elétricos novas fontes renováveis podem surgir e contribuir com o cenário da mobilidade elétrica.

Os hábitos de carregamento automóvel terão, naturalmente, impactos e trazem novos desafios na forma como a rede elétrica está organizada, já que irão produzir picos de procura maiores dos que observamos até aos dias de hoje, nomeadamente ao final do dia. 

Quais os desafios para a mobilidade elétrica?

Espaço, infraestrutura, população e profissionais qualificados, investimento… São muitos os fatores que interferem, de fato, no desenvolvimento da mobilidade elétrica.

Em um futuro com cada vez mais carros elétricos, os postos de combustíveis atuais devem dar lugar para estações de carregamento – que, diferentemente da realidade atual, não precisam estar, exclusivamente, em grandes espaços pelas cidades ou estradas.

Os carros de passeios poderão ser recarregados em diferentes locais: na residência do proprietário e até em seu local de trabalho, para as chamadas cargas de oportunidades. Elas ajudam a complementar uma viagem até o próximo carregamento completo.

Quando falamos de veículos de grande porte, como caminhões, o raciocínio muda. Caminhões elétricos poderão ser recarregados em depósitos ou centros de distribuição, utilizando também carregamentos rápidos, ao longo do dia, para completarem trajetos.

Os ônibus elétricos deverão seguir uma rotina semelhante, sendo carregados completamente durante a noite e recebendo pequenas cargas de oportunidade durante o dia.

Você notou, ao longo dos últimos parágrafos, quantos lugares são necessários para tornar viável a mobilidade elétrica?

No caso das frotas de caminhões e ônibus e o carregamento noturno, existem alguns desafios estruturais. É preciso elevar a tensão em depósitos, garagens e centros de distribuição, para suprir a demanda. 

Como consequência de todas essas mudanças,empresas de transporte, de carga ou de pessoas precisarão aperfeiçoar suas estruturas. Um caminho é a instalação de subestações compactas completas na própria garagem, o que viabiliza e otimiza o fornecimento de energia para o carregamento dos veículos.

Uma solução viável para otimizar o consumo da energia são as baterias, que armazenam o necessário para o consumo de automóveis.

Existem muitos desafios, mas o cenário pela frente é otimista! 

O investimento na mobilidade elétrica passa por um investimento na mobilidade urbana, de maneira geral, o que contribui positivamente para toda a infraestrutura da cidade e até mesmo para a qualidade de vida dos seus habitantes.

Com a união e colaboração entre diferentes setores, como indústria, governo e academia, é possível enxergar a mobilidade elétrica num futuro não muito distante. A eletrificação anda lado a lado com um outro conceito que já faz parte do presente, que são as cidades inteligentes. Confira nosso artigo sobre Mobilidade como Serviço para continuar neste assunto.

O futuro está perto e você pode contar com a SAE BRASIL!

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